A 3ª Semana Brasileira de Catequese foi realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através da Comissão Bíblico-catequética da Conferência dos Bispos e teve como tema central a "Iniciação à Vida Cristã".
O Documento de Aparecida propõe uma formação integral e permanente, considerando que as pessoas não foram suficientemente evangelizadas. A Igreja vem percebendo que não estamos formando cristãos adultos na fé, por isso, diante da situação atual a Igreja busca novas respostas através da metodologia que foi estudada ao longo da Semana.
D Geraldo Lyrio Rocha - presidente da CNBB, já na abertura do evento afirmou que sem o impulso da catequese não ha como formar os discípulos missionários que o mundo precisa. Segundo ele, a Igreja precisa implementar uma catequese de inspiração catecumental.
O presidente da Comissão Bíblico-catequética da CNBB, dom Eugênio Rixen, destacou a catequese como missão da Igreja, a qual não pode viver sem catequese nem liturgia.
O Cardeal arcebispo Dom Odilo lembrou que o Rosário também pode ser apresentado como caminho pedagógico para a “iniciação à vida cristã: “O rosário é um verdadeiro itinerário para o crescimento na fé. A iniciação cristã não se faz apenas de conceitos, mas de ação concreta e o Rosário é ação concreta. “O rosário é a bíblia dos pobres que todos podem rezar. É o compêndio do evangelho”. Ainda estimulou os catequistas a ensinarem os catequizandos a praticarem a oração do Rosário. “Se conseguirmos colocar o rosário nas mãos dos catequizandos, nos os ajudaremos a serem bons cristãos.
Pe Joel Portella falou sobre o tema Mudanças de época e época de mudanças, dizendo que estes são tempos profundamente libertadores.. “Libertam-nos de apegos que já não ajudam na vivência e na transmissão do Evangelho. Libertam o próprio Evangelho da poeira do tempo e de costumes que, algumas vezes, são colocados e mesmo sobrepostos à Boa Nova como se Boa Nova fossem.
O Catequeta Pe Luis Lima explicou que a Iniciação cristã é todo o processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Cristo Jesus. “Teologicamente falando a verdadeira iniciação se dá na celebração dos sacramentos do Batismo, Eucaristia e Crisma, chamados justamente, a partir do século XIX, de Sacramentos da Iniciação”.
Uma das palestras mais aguardadas foi do Frei Carlos Mesters "Jesus formando e formador" Carlos Mesters chamou a atenção para o jeito de Jesus catequizar e destacou, entre outros modos de Jesus, o diálogo e suas parábolas. “O catequista deve ser simpatia ambulante para os catequizandos”, disse o biblista. “Antes de falar de Deus, deve-se irradiar Deus. Jesus não impõe lei, mas irradia Deus".
Dom Eugenio falou sobre a importância da Bíblia na Catequese: É na Sagrada Escritura que devemos buscar o fundamento de todas as nossas ações pastorais.
O prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Cláudio Hummes disse que a catequese deve conduzir as pessoas para a mesa da eucaristia, a catequese deve levar o catequizando a fazer em primeiro lugar a experiência de Jesus Cristo e encantar-se com Ele, depois vem a doutrina, a relação com os irmãos, com os pobres. Só enraizados em Jesus Cristo é que nosso amor aos pobres pode perdurar.
Dom Juventino em sua conferencia disse que a Catequese é um dos caminhos da ação evangelizadora da Igreja, mas um caminho interligado com outros caminhos, como a liturgia, a dimensão social da fé, ecumenismo, dimensão missionária, portanto a catequese não é qualquer caminho.
A teóloga Ir Vera Bombonatto apresentou os seguintes questionamentos: Como fazer da catequese um verdadeiro caminho de discipulado? Será que a nossa catequese é um verdadeiro caminho de discipulado? Quais as novas linguagens que precisamos utilizar para que o seguimento de Jesus e o caminho de discipulado sejam significativos e portadores de vida nova para os catequizando?e concluiu "Ser cristão não é simplesmente aceitar uma doutrina e ser fiel a determinadas normas, sem dúvida, importantes, mas é seguir uma pessoa que nos atrai a si e conquista o nosso coração: Jesus de Nazaré”.
O doutorando Pe Jânison ao falar sobre a Formação dos Catequistas para a Iniciação Cristã observou também que a maioria das estruturas da Igreja mantém uma catequese voltada somente à preparação remota para os sacramentos. “Tais estruturas são desafiadas a desenvolverem novas metodologias que possam responder ao clamor dos catequizandos, sobretudo dos adultos que ainda procuram a Igreja em busca dos sacramentos para os filhos, dos adultos afastados que, embora tenham recebido os sacramentos de iniciação, caíram no indiferentismo religioso e não participam”. Padre Jânison insistiu na necessidade de se voltar “a uma catequese de inspiração catecumenal ou uma catequese mistagógica, isto é, uma catequese que introduza o catequizando para dentro do mistério”.
Algumas propostas foram aprovadas e diante do Projeto da Iniciação a Vida Cristã, refletido ao longo da 3ª Semana Brasileira de Catequese, os próximos passos são:
Que a Bíblia seja verdadeiro instrumento de comunhão e inspiradora da unidade para a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética.
1) Produzir subsídios para a formação de catequistas com enfoque na Iniciação à Vida Cristã;
2) Sistematizar um projeto de mobilização nacional para divulgar o processo de Iniciação à Vida Cristã junto aos Meios de Comunicação Social, pastorais, serviços, movimentos e organismos da CNBB e proporcionar a socialização das experiências de Iniciação à Vida Cristã;
3) Retomar a Catequese com Adultos na linha da formação para o discipulado em comunidade.
Com a Carta enviada aos catequistas para que acolham com alegria este caminho que a Igreja deseja percorrer os trabalhos agora serão empenhados para a formação da consciência a respeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário